terça-feira, 2 de setembro de 2014

Por que desenhar as histórias da região portuária e do Morro da Conceição no Rio de Janeiro?

Reportagem de Ana Luiza Pereira, sobre meu trabalho na área portuária, para o blog O BRASIL COM S.


"Conhecemos o Rafa F. Grafio no encontro dos Viajantes do Território, na Casa do Porto, logo perto da Pedra do Sal, entrada no Morro da Conceição.
Como professor de expressão gráfica do Departamento de Análise e Representação da Forma, na Faculdade de Arquitetura e urbanismo da UFRJ, Rafa realiza um projeto de doutorado, junto aos seus alunos, que consiste na construção de uma história em quadrinhos inspirada na região. O projeto narra os diálogos entre as os observadores/desenhistas e os moradores e suas moradas.
Curiosas e encantadas pelo traço ligeiro e o cuidado do rapaz com seu caderno de desenhos, fomos logo pedindo para ele nos contar mais:"

Leia mais em:  http://www.obrasilcoms.com.br/2014/09/por-que-desenhar-as-historias-da-regiao-portuaria-e-do-morro-da-conceicao-no-rio-de-janeiro/

Moradores e simpatizantes da Zona Portuária se reúnem para mapear a vida sociocultural da região

Em encontros semanais, grupo batizado de Viajantes do Território faz espécie de cartografia cultural dos arredores do Porto



Texto de Mariana Filgueiras, publicado na Revista de domingo do jornal O Globo.

Ilustração, minha ;)

RIO — Era o dia do aniversário de dona Zelma, moradora antiga do Morro da Conceição, uma celebridade do bairro. Tinha forró no mirante da santa, cerveja suando nas mesas de lata, cachorro latindo, crianças jogando bola, quando um dos convidados notou um rapaz que, ao longe, transformava em desenho o convescote. Puxou dona Zelma pelo braço, que foi ter com o simpático “espião”.
Era Rafael Fonseca, 37 anos, arquiteto e professor de desenho da Faculdade de Arquitetura da UFRJ e coordenador do projeto Nas Frestas do Chão, feito em parceria com 25 alunos da FAU. Há cerca de cinco meses, eles estão reproduzindo personagens e episódios corriqueiros dos bairros da Zona Portuária numa espécie de graphic novel feita a muitas mãos. Depois de se apresentar, Rafael mostrou seus desenhos e até tirou dona Zelma para dançar (é um exímio pé de valsa, aliás).


Leia mais: http://oglobo.globo.com/rio/moradores-simpatizantes-da-zona-portuaria-se-reunem-para-mapear-vida-sociocultural-da-regiao-13773303#ixzz3CCmQWYeS





quarta-feira, 30 de julho de 2014

"O verdadeiro retrato da cidade está nas frestas do chão e nos menores pedaços da arquitetura" (Will Eisner)


Prezados,
posto aqui alguns croquis etnográficos que fiz no morro da Conceição e no morro da Providência, na área portuária do Rio de Janeiro. Estes desenhos fazem parte da minha pesquisa de doutorado. A ideia é deixar-se contaminar por tudo o que acontece ao redor, ao longo do tempo em que se permanece desenhando no lugar. A brincadeira nesses desenhos foi observar não só com a visão, mas também tentar registrar os cheiros, as falas, os personagens, as arquiteturas, os acontecimentos inusitados, o cotidiano, os sons, etc.











A ideia é representar, reconhecendo ao mesmo tempo, as características que constroem um lugar, a relação das pessoas com os lugares, as formas de apropriação desses lugares. O desenho é visto como um processo criativo, uma forma de se entender alguma coisa, e não como fim em si mesmo. Para tanto, venho elaborando (junto com alunos da FAU UFRJ) narrativas gráficas (ou Histórias em Quadrinhos) construídas a partir de derivas psicogeográficas feitas com personagens "reais", habitantes da cidade, e do acúmulo diário de desenhos feitos nesses mesmos locais. Autores como Will Eisner, Joe Sacco, Robert Crumb, Art Spiegelman, François Schuiten e Benoit Peeters, Chris Ware, entre outros, foram grandes referências para a pesquisa.